A capacidade de recuperação das comunidades vivas, e o bem-estar da humanidade, dependem da manutenção de uma biosfera saudável em todos os seus sistemas ecológicos, uma enorme diversidade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou pôr em risco a nossa existência e a da diversidade da vida.
domingo, 29 de julho de 2007
domingo, 24 de junho de 2007
O Mundo em mudança ...
Vivemos numa sociedade caracterizada por rápidas mudanças. Acho interessante a metáfora de Toffler (“A terceira vaga”, Livros do Brasil) quando considera que as grandes alterações registadas ao longo da história ocorreram de acordo com três ondas civilizacionais. Nesta perspectiva estamos hoje em plena 3ª vaga, dominada pelo desenvolvimento (e poder) da informação.
Diversidade e novidade são duas variáveis presentes no processo de mudança das sociedades. Na “era da informação” é interessante verificar que a diversidade e a novidade também atingiram os media, acrescentando novas dimensões às já existentes, graças à informática, às telecomunicações e à sua combinação com o avanço tecnológico no domínio do audio-visual. Esta alteração aumentou o ritmo da mudança e teve vários efeitos dos quais se destacam a criação de um tecido nervoso à escala mundial, por onde circula cada vez mais informação a um ritmo crescente; generalização dos self-media; e a emergência do multimedia, como resultante sinergética dos efeitos sistémicos dos media existentes.
Edgar Morin, em “As grandes questões do nosso tempo”, chamou de “nevoeiro informacional” ao conjunto de três filtros que nos impedem de visibilizar convenientemente a sociedade. Estes filtros são o excesso de informação (veja-se por exemplo o crescimento do número de livros, jornais, revistas nos últimos anos); a sub-informação a e pseudo-informação.
De facto, na actualidade e na sociedade de informação em que vivemos, constata-se que grande parte da informação que chega aos cidadãos é veiculada pelos media. As regras pelas quais estes se regem são também regras de competitividade comercial (como a publicidade ou as audiências), ou mesmo outras menos nobres de condução de massas. No entanto toda essa informação acaba por “passar” pelas mentes dos indivíduos. A capacidade de selecção da informação a reter não é igual para todos. Tenhamos também a consciência de que, da informação veiculada em catadupa por um qualquer órgão de imagem e som, só uma parte muito pequena fica retida. A única forma, então, de gerar uma efectiva mudança de atitudes será através de um processo duradouro, cuidado e adaptado às atitudes e aos comportamentos que se deseja incutir, bem como à população alvo.
O processo de aprendizagem deve ser preferencialmente orientado para os valores e não para os dogmas. Mas como fazer?
Por sua vez, considero que o tal “nevoeiro informacional”, nas suas 3 componentes, pode influenciar o debate e as acções sobre o ambiente, veja-se o caso das alterações climáticas:

As alterações climáticas são hoje em dia um dos principais problemas sociais do séc. XXI e, como tal, a maioria da população reconhece a existência dele e a necessidade de resolução. O Protocolo de Quioto é um bom instrumento a nível mundial para combater este problema. Um dos países que não assinou este acordo foi o EUA em boa parte devido aos fortes interesses da indústria do petróleo. As três componentes do tal “nevoeiro informacional” estão neste caso presentes: por um lado existe um excesso de informação sobre o assunto, o que pelo menos teve a vantagem de fazer com que uma maioria muito significativa da população reconheça este problema; mas por outro lado, são poucas as pessoas que sabem efectivamente o que fazer para o combater, ou do ponto de vista dos políticos/decisores muitas vezes não conhecem a realidade do seu próprio país. Em simultâneo existe muita informação falsa, por exemplo, há quem defenda que as alterações climáticas não passam de uma mera teoria de algumas “mentes”, tentando fazer passar a ideia que o consumo de petróleo/combustíveis fósseis não tem relação com o problema em causa.
Enfim, nos últimos anos, parece generalizada a ideia de que a Escola não formou adequadamente, em termos ambientais, os cidadãos que se encontram hoje em idade activa, sendo notória a necessidade de preparar as crianças e os jovens no sentido de um desenvolvimento sustentável.
Em certa medida, a sociedade portuguesa está numa situação em que é possível verificar a coexistência da 2ª e da 3ª vaga de Toffler. Por outras palavras, existe ainda uma parte considerável da população que tem uma posição de alguma arrogância do Homem perante a natureza, verifica-se que há uma elevada dependência das fontes energéticas fósseis e o poder, económico e político, é também muito centralizado. Em contrapartida, emerge na nossa sociedade uma ideia de evolução controlada e de respeito pela natureza. Mas, para além da coexistência destas duas vagas, verifica-se um elevado nível de “nevoeiro informacional”
O facto do processo de mudança ser caracterizado pela transitoriedade, novidade e diversidade vem reforçar o papel da educação ambiental como um meio propício à criação de oportunidades com vista a uma educação que desenvolva competências ambientais no que se refere aos actores do futuro. Como cidadãos, as crianças e os jovens devem aprender a tomar decisões relativas ao ambiente e a estar conscientes relativamente à tomada de certas decisões políticas que podem ter consequências ambientais. A educação ambiental pode ser desenvolvida através de actividades/experiências educativas que preparem as crianças e jovens para a vida, através da compreensão dos principais problemas do “mundo moderno”. Por sua vez, a educação ambiental deve ser uma educação de carácter permanente, geral, adaptada às mudanças que se produzem num mundo em rápida evolução.
Sendo a escola o lugar privilegiado das aprendizagens, onde se devem adquirir valores e promover atitudes e comportamentos “pró-ambientais”, torna-se urgente uma intervenção eficaz, ao nível da educação, que na perspectiva de desenvolvimento sustentável inverta a tendência actual, comprometedora da existência da própria espécie humana.
Mas, face a tudo isto os agentes no processo educativo devem assumir um papel interveniente, mas em que sentido? E como reagir perante a mediatização?
Uma forma interessante de promover educação ambiental num contexto de uma “sociedade em mudança” seria a de criar mecanismos que através da escola (em contexto do currículo formal ou do não formal) promovessem e/ou intensificassem a reflexão, a investigação e a inovação. Tenho ficado com a sensação que os alunos têm sido “treinados” para serem “máquinas de repetição” daquilo que a escola e os professores lhes mostram/ensinam, ficando pouca margem para a inovação, o que tem como natural consequência a fraca capacidade de se adaptarem a novas situações.
domingo, 3 de junho de 2007
sábado, 2 de junho de 2007
5 Junho 2007
Este ano as alterações climáticas e o degelo merecem destaque, como forma de apoiar o Ano Polar.

A UNEP convida todos a visitarem a página do Dia Mundial do Ambiente e a registar online a(s) actividade(s) que cada um, cada escola, cada empresa... vai desenvolver neste dia.
É também possível consultar muita informação. A não perder...

Dia Mundial do Ambiente - 5 Junho
Tendo como slogan "Melting ice - a Hot Topic", as comemorações mundiais incidirão sobre o efeito das alterações climáticas que se prevê serão maiores nos pólos levando a um degelo importante.
Visto que 2007 é o Ano Internacional Polar, realizar-se-ão em várias cidades norueguesas iniciativas para alertar as populações acerca dos perigos das alterações climáticas para a vida das pessoas e para a biodiversidade, nomeadamente nas regiões polares.
Note-se que, com o aumento da temperatura nos pólos, o degelo tem sido significativo e animais como p. ex. os ursos polares têm sido encontrados mortos devido ao facto de não encontrarem massas de gelo e terem de nadar grandes distâncias. Também algumas populações de pinguins têm visto o seu número diminuir.
Apesar de as cerimónias incidirem sobre os pólos, as alterações climáticas far-se-ão sentir em todo o mundo e o degelo das calotes polares, para além de poderem fazer subir o nível do mar, podem ter outros efeitos a nível climático afectando zonas muito distantes.
Veja o vídeo em: http://www.green.tv/pole_to_pole/
Os montados no contexto do Hotspot de Biodiversidade da Bacia do Mediterrâneo
A Bacia do Mediterrâneo é considerada um hotspot de biodiversidade.

(fonte: http://www.biodiversityhotspots.org/xp/Hotspots/mediterranean/)
As características tão peculiares desta região terão sido em resultado de:
- Complexa história geológica;
- Geografia física;
- História da ocupação do homem;
- Um clima mediterrânico (Verões quentes e secos, Invernos frios);
- De uma sazonalidade na disponibilidade de água e elevada variação interanual da pluviosidade;
- Da fisionomia da vegetação e das adaptações ecológicas das plantas.
Este hotspot de biodiversidade tem uma extensão original de 2085292 km2. Possui uma longa história ligada à conservação. É curioso verificar que os Romanos e os Gregos tiveram a preocupação e iniciativa em criar áreas destinadas para a protecção dos recursos naturais da região. Todavia, actualmente apenas cerca de 90 km2 (4,3% de toda a área) estão ao abrigo de um estatuto de protecção e, apenas 1,4 % estão sujeitos a altos níveis de protecção, de acordo com as categorias da IUCN.
Na região do Mediterrâneo existe um elevado número de espécies, animais e vegetais, muitas delas endémicas.
Pensa-se que a bacia do Mediterrâneo, funcionou como uma zona de refúgio para muitas espécies em épocas de glaciações. Á escala da diversidade paisagística e de tipos de habitat, a presença do Homem no Mediterrâneo, desde há milhares de anos, através de acções como o fogo e o pastoreio (e actividades agrícolas complementares) favoreceu a heterogeneidade e diversidade da paisagem. Assim, no Mediterrâneo existem espécies adaptadas a perturbações como o fogo e o pastoreio.
Aqui ocorreram as primeiras experiências com sucesso de domesticação de mamíferos. Esta área é excepcionalmente rica em genótipos de gado seleccionados pelo Homem ao longo de muitas gerações, a partir de pontos de origem na Europa Oriental e na Ásia Ocidental. A diversidade de animais domésticos no Mediterrâneo reflecte a diversidade de ambientes onde o Homem procedeu à sua selecção. Uma vez adquirida nestas regiões a prática de domesticação, os animais domesticados espalharam-se por todo o mundo, num muito curto espaço de tempo. Quanto às actividades agrícolas é actualmente reconhecido o valor de conservação de diversos sistemas, nomeadamente os de tipo mais extensivo. Por exemplo os montados na Península Ibérica são um bom exemplo. Neste contexto, é de realçar que o sobreiro é considerado a espécie mais importante da floresta portuguesa, não só por Portugal deter mais de um terço de toda a superfície ocupada pelo sobreiro no Mundo, mas também pelo facto do nosso país ser responsável pela produção de mais de metade da cortiça a nível mundial.
(fonte: http://www.cm-evora.pt/arqueologia/)
O montado de sobro é um sistema de uso múltiplo agro-florestal típico das regiões mediterrânicas-continentais, criado pela intervenção do Homem e com uma tendência cultural extensiva. São ecossistemas artificiais, no sentido de que as suas características são o resultado de intervenção humana continuada, frágil e lenta renovação, cuja característica dominante é a presença de sobreiros em povoamentos abertos e irregulares e com um sub-coberto constituído por matos, cultura agrícola ou pastagem.
No entanto, e apesar de se considerarem artificiais são dotados de uma grande importância sócio-económica e biológica, e de que depende a sobrevivência de muitas espécies ameaçadas, entre as quais são de destacar a Águia Bonelli e o Lince Ibérico.
Estes sistemas, com elevado valor de conservação, estão associados a uma importante indústria nacional, a produção de cortiça. Ao gerar rendimento, a indústria da cortiça tem favorecido a manutenção de importantes habitat para a conservação das espécies.
Bibliografia:
http://www.naturlink.pt
http://www.biodiversityhotspots.org
domingo, 27 de maio de 2007
Futuro sustentável? eu acredito...
A partir desta Conferência o conceito de desenvolvimento sustentável passou a ser amplamente difundido e, desde então, diversos países passaram a considerar o desenvolvimento sustentável como componente da sua estratégia política conjugando ambiente, economia e aspectos sociais.
Mas ainda existe muito para fazer...
O vídeo que sugerimos é de uma rapariga que na altura tinha 11 anos. O discurso é impressionante e cada vez mais actual.
Acredito que a actual geração tem a mesma motivação, empenho e iniciativa em mudar o Mundo...

domingo, 20 de maio de 2007
Discuta as alterações climáticas com os mais novos...
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Conheça melhor os países do Mundo ...
quinta-feira, 19 de abril de 2007
Um problema global e (i)moral ...

Empresas madeireiras de portugueses trocam açúcar, sal e cerveja por direitos sobre vastas áreas de floresta do Congo, explorando actualmente o equivalente a metade do continente português, noticia a revista “Visão” na edição de 19 de Abril. A Greenpeace denuncia o que diz serem contratos imorais com as populações locais. Documentos facultados pela Greenpeace à revista revelam que quatro empresas obtiveram nos últimos cinco anos concessões para explorar a floresta, apesar de existir uma moratória do Banco Mundial.
Em troca de prémios monetários ou de bens (sabão, sal, café, entre outros), as aldeias cedem as suas florestas e os chefes assumem a responsabilidade de prevenir e impedir manifestações da população

Bibliografia:
www.publico.pt
http://visao.clix.pt/
segunda-feira, 9 de abril de 2007
Será que a nossa espécie está a assistir à maior catástrofe desde a sua existência ?...
Testemunhos das alterações climáticas
Cordão Verde
Projecto Cordão Verde foi a designação utilizada pelo WWF para a sua estratégia de conservação de Ecossistemas Prioritários no Mediterrâneo, de acordo com os princípios do Planeamento Eco-regional. Países como a Itália, Croácia, Marrocos, Tunísia, Turquia e Portugal fazem parte das regiões ecológicas do mediterrâneo identificadas pelo WWF-Programa Mediterrâneo como áreas de identificação prioritária.
De referir que o “Cordão Verde” foi o primeiro projecto de referência na área da conservação de ecossistemas prioritários lançado pelo WWF em Portugal.
O WWF- MedPO identificou o Sul de Portugal como uma região de elevado valor para a conservação da natureza, tendo lançado a iniciativa “Um Cordão Verde para o Sul de Portugal” em 2001. O Cordão Verde português inclui o Vale do Guadiana, Serras do Caldeirão, Monchique e litoral Alentejano (que estabelecem uma continuidade ecológica entre a costa atlântica e o vale do rio Guadiana) e estende-se ao longo de aproximadamente 4750 km2. Nestes locais situa-se a mais extensa e significativa mancha florestal de vegetação mediterrânica de baixa montanha do país.
O projecto Cordão Verde pretende criar as condições necessárias para restabelecer a continuidade ecológica, harmonizando os processos ecológicos e sócio-económicos a longo prazo. Numa primeira, fase foram identificados e caracterizados os núcleos de maior biodiversidade e valor ecológico, bem como os corredores que permitem a sua interligação. Foram também abordadas as formas de assegurar a sua conservação, tendo em conta a realidade sócio-económica destes locais. Numa segunda fase, estabeleceram-se parcerias com a sociedade civil e instituições públicas no sentido de estabelecer um quadro de acção alicerçado no êxito de um conjunto de acções de gestão que pudessem inverter a tendência que ameaça a preservação dos recursos naturais, valorizando-se os benefícios que estes podem ter na economia local.
Está a decorrer na Herdade da Ribeira Abaixo, situada na Serra de Grândola, um projecto pioneiro de restauro ecológico do sobreiral - Campo de Demonstração de Técnicas de Gestão de Sobreiral - Southern Portugal Cork Oak Forests Landscape Restoration - que envolve o WWF-MedPO, o Centro de Biologia Ambiental (CBA) e a Associação de Desenvolvimento do Litoral Alentejano.
Na Herdade da Ribeira Abaixo o projecto encontra-se a decorrer sobre parcelas florestais, onde são demonstradas técnicas de Recuperação de Sobreirais degradados utilizando técnicas de desenvolvidas no âmbito do conceito de Restauro Ecológico de Ecossistemas.
Por Restauro Ecológico de Ecossistemas (REE) entende-se uma acção de recuperação de um ecossistema no que diz respeito à sua vitalidade, integridade e sustentabilidade. O Restauro Ecológico é assim um processo de recuperação de um ecossistema que foi degradado, danificado ou destruído.
O Cordão Verde promove a aplicação do Restauro Ecológico de Ecossistemas à Escala da Paisagem, onde a conservação da natureza é entendida à escala de uma eco-região (ex. território Cordão Verde do Sul de Portugal). Esta é uma forma de pensar o ordenamento e a gestão do território à escala da paisagem, onde se devem considerar ao mesmo nível a preservação da integridade e conectividade ecológicas e necessidades sócio-económicas.
O WWF e a UICN definem Restauro de Paisagem Florestal como um processo de planeamento que pretende recuperar a integridade ecológica e incrementar o bem-estar humano em paisagens florestais degradadas. Os princípios defendidos pelo WWF e IUCN, sobre a conservação das florestas são:
- Princípio de Integridade Ecológica: Contribuir para a manutenção da diversidade e qualidade dos ecossistemas, o reforço da sua resiliência e de garantir as necessidades das gerações vindouras.
- Princípio da Abordagem Eco-regional: Envolver os actores chave na tomada de decisão sobre o planeamento do território, a uma escala que influencie o fornecimento de bens e serviços da floresta, enquadrado no âmbito de uma estratégia Eco-regional de Conservação.
- Princípio do Bem-estar Humano: Assegurar que todas as pessoas possam participar na tomada de decisão, sobre aspectos que afectem a satisfação das suas necessidades, a conservação dos seus recursos e de realização do seu potencial humano.

O projecto “Campo de Demonstração de Técnicas de Gestão de Sobreiral” na Herdade da Ribeira Abaixo, em Grândola visa a aplicação destes princípios numa escala de demonstração em parcelas de
Bibliografia:
http://www.in-loco.pt/inloco/cordaoverde.htm
http://www.naturlink.pt/
http://www.agroportal.pt
http://www.panda.org/about_wwf/where_we_work/europe/what_we_do/mediterranean/index.cfm
sexta-feira, 6 de abril de 2007
Um quarto das espécies estão ameaçadas de extinção...
Peritos de mais de uma centena de países integrados no Painel Intergovernamental da Mudança Climática (Giec) aprovaram hoje um relatório sobre a vulnerabilidade e o impacto que este processo terá no ambiente e na sociedade.
É a segunda reunião do painel intergovernamental, após o encontro em Paris de Fevereiro passado.
O IPCC é um organismo criado em 1988 pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) com a missão de reunir e analisar informação sobre o contributo da acção humana no agravamento das alterações climáticas.
O documento analisa as consequências para o ambiente, a agricultura, as florestas, a pesca, a saúde das pessoas e dos animais e avalia a capacidade do Homem de se prevenir contra desastres naturais.
Segundo uma notícia do jornal Público, de 2/4/07, o relatório prevê impactes desiguais do sobre-aquecimento: as nações tropicais de África ao Pacífico, maioritariamente pobres, deverão suportar o peso das mudanças, com a subida do nível médio do mar, por exemplo. O esboço do relatório prevê vagas de calor, secas e inundações que podem causar a fome a milhões de pessoas, especialmente na Ásia e África, e falta de água que podem atingir 3,2 mil milhões de pessoas.
O relatório refere ainda que um quarto das espécies de fauna e flora do mundo estarão ameaçadas de extinção durante este século caso a temperatura média do planeta aumente dois ou três graus em relação a 1990, advertem especialistas.
O relatório do IPCC, que reúne 2500 cientistas, publicado em Fevereiro prevê um aumento do nível do mar de
Até a Rússia, que poderia viver melhor com mais dois graus, pode dar-se mal com as alterações do clima. O aumento das temperaturas pode reduzir a espessura do permafrost (solo permanentemente gelado), sobre o qual estão construídas muitas estradas e cidades – do Canadá à Sibéria – e trazer epidemias do Sul para o Norte. No ano passado, o relatório Stern concluiu que não pode haver vencedores.
“É algo muito perigoso dizer que as alterações climáticas vão trazer benefícios”, comentou Anders Portin, vice-presidente da Federação da Indústria Florestal finlandesa. Os produtores de pasta de papel receiam o aumento das pragas de insectos, normalmente mortos pelas temperaturas baixas do Inverno.
O 4º Relatório do IPCC é elaborado por três grupos de especialistas.
- O primeiro grupo publicou a sua contribuição em Fevereiro;
- o segundo ("Impacts, Adaptation and Vulnerability") foi agora divulgado;
- o terceiro (dedicado à Mitigação) está previsto para 4 de Maio.
- Em Novembro será apresentado o relatório síntese, em Valência, Espanha, na 27ª sessão do IPCC.
Bibliografia:
www.publico.pt
http://www.ipcc.ch
quinta-feira, 5 de abril de 2007
Atlas mundial da Biodiversidade
quarta-feira, 4 de abril de 2007
Conservação da natureza, a escola tem um papel crucial ...

Muitas árvores foram abatidas e rios de tinta tiveram de correr para que se pudesse reforçar no “papel” as preocupações em relação aos problemas que se manifestam no ambiente e à consequente diminuição da qualidade de vida do ser humano. Inequivocamente, essa qualidade de vida está relacionada com o crescimento dos problemas ambientais que resultam, na maior parte das vezes, da incúria do ser humano em favor do poder económico (ou pelo menos assim parece).
Importa, assim, criar condições que contribuam para a diminuição da frequência e da intensidade de catástrofes ambientais e evitar o aparecimento de novos problemas.
Nos últimos anos, parece generalizada a ideia de que a Escola não formou adequadamente, em termos ambientais, os cidadãos que se encontram hoje em idade activa, sendo notória a necessidade de preparar as crianças e os jovens no sentido de um desenvolvimento sustentável. Nesta sequência, é visível a contradição entre os investimentos – financeiro, na investigação, formativo, etc. – que a vários níveis têm sido feitos em termos de Educação Ambiental e os resultados negativos que cada vez mais se verificam no que respeita aos índices de degradação do ambiente, quer em termos nacionais, quer em termos planetários.
Sendo a escola o lugar privilegiado das aprendizagens, onde se devem adquirir valores e promover atitudes e comportamentos “pró-ambientais”, torna-se urgente uma intervenção eficaz, ao nível da educação, que na perspectiva de desenvolvimento sustentável inverta a tendência actual, comprometedora da existência da própria espécie humana.

Cabe à geração actual criar as oportunidades com vista a uma educação que desenvolva competências ambientais no que se refere aos actores do futuro. Como cidadãos, as crianças e os jovens devem aprender a tomar decisões relativas ao ambiente e a estar conscientes relativamente à tomada de certas decisões políticas que podem ter consequências ambientais. As experiências educativas de projectos de temática ambiental, recorrendo ao trabalho dentro e fora da sala de aula, utilizando o ambiente como recurso e integrando saberes e métodos de pesquisa de diferentes áreas disciplinares, podem contribuir para a formação integral dos alunos e para a construção de uma cidadania participativa e consciente (in Educação Ambiental, Guia anotado de recursos, IIE, 2001).
Na actualidade e na sociedade de informação em que vivemos, constata-se que grande parte da informação que chega aos cidadãos é veiculada pelos media. As regras pelas quais estes se regem são também regras de competitividade comercial (como a publicidade ou as audiências), ou mesmo outras menos nobres de condução de massas. No entanto toda essa informação acaba por “passar” pelas mentes dos indivíduos. A capacidade de selecção da informação a reter não é igual para todos. Tenhamos também a consciência de que, da informação veiculada em catadupa por um qualquer órgão de imagem e som, só uma parte muito pequena fica retida. A única forma, então, de gerar uma efectiva mudança de atitudes será através de um processo duradouro, cuidado e adaptado às atitudes e aos comportamentos que se deseja incutir, bem como à população alvo.
Tornou-se uma necessidade o desenvolvimento de uma cultura social, por contraponto a uma iliteracia social que grassa, muitas vezes de forma não proporcional ao “desenvolvimento” económico das sociedades. O processo de aprendizagem deve ser preferencialmente orientado para os valores e não para os dogmas. Se se conseguir incutir na população alvo as capacidades e os valores elementares será possível que cada um construa os seus próprios dogmas, e será possível construir uma cultura social. Assim sendo, será mais fácil entender as diferenças de valores, compreender a evolução dos valores sociais com o tempo, inclusive aumentar a capacidade de sobrevivência (in Educação Ambiental e Educação para a Cidadania, Revista APEI, Agosto 2001).
domingo, 1 de abril de 2007
Iraque, é possível voltar ao Jardim do Éden?

As últimas notícias sobre o Iraque não têm sido infelizmente sobre as melhores razões. Passaram agora 4 anos da invasão norte-americana ao Iraque, concebida para desarmar as forças então vigentes e criar um enclave democrático pró-ocidental no Médio Oriente. Hoje em dia o país está fechado numa espiral de violência sectária devastadora que fez dezenas de milhar de mortos.
Para muitos especialistas esta guerra tem como pano de fundo um importante recurso natural, o petróleo. E o que é feito do grande recurso global que é a biodiversidade? Sendo a espécie humana uma parte integral dos ecossistemas a biodiversidade local tem sofrido terríveis consequências com todos estes conflitos militares.
Entre as principais consequências para o ambiente das guerras destaco: os derrames de petróleo, fugas de substâncias químicas (devido por exemplo ao bombardeamento a fábricas, refinarias e armazéns); o uso de agentes químicos; a destruição de habitats; a destruição de solos aráveis, e a colocação de minas.
Mas, nem tudo é negativo...
A "Nature Iraq", uma ONGA recém formada, publicou o primeiro guia de campo das aves do Iraque, em árabe. Sendo as aves boas indicadoras da qualidade do ambiente e tendo aquele país sofrido nos últimos 20 anos grandes perdas de biodiversidade torna-se importante ter materiais na língua do país, de modo a aumentar a sensibilização para estas questões. A biodiversidade é crucial para o desenvolvimento económico de qualquer região.
Desde a queda do governo de Saddam Hussein, em 2003, que as zonas húmidas da Mesopotâmia têm sido alvo de um programa internacional para recuperar o seu património ecológico e sócio-cultural. Estas zonas, que foram 90% drenadas no passado, estão hoje a recuperar, voltando a aparecer os peixes, as aves e muitos outros animais que, entre outras funções, podem servir de alimento e recurso às pessoas que aí habitam.

Aliás, é curioso verificar que o actual Iraque, berço dos impérios sumérios e babilónios, em cuja zona de influência se estende agora o deserto: no avanço do delta do Tigre e do Eufrates sobre o Golfo Pérsico estão depositados os solos ricos da antiga Mesopotâmia.
Mais uma vez o Homem está a assumir-se como um agente poderoso de alteração do ambiente. Não nos podemos esquecer que a humanidade sempre dependeu dos serviços prestados pela biosfera e pelos seus ecossistemas. A recuperação destes habitats é fundamental como suporte da própria vida.
Pensa-se que estas zonas terão sido a inspiração para a narração do Éden. Segundo o Livro do Génesis, no Jardim do Éden, Deus fez desabrochar toda a espécie de árvores e de saborosos frutos para comer. Actualmente, a constatação da importância da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas são, em certa medida, uma procura de salvação do "jardim" dos nossos dias...