terça-feira, 6 de outubro de 2009

Instantes no Parque Nacional da Peneda-Gerês (6)

Instantes no Parque Nacional da Peneda-Gerês (5)

Instantes no Parque Nacional da Peneda-Gerês (4)

"É como se o luar transbordasse.."

Instantes no Parque Nacional da Peneda-Gerês (3)


Instantes no Parque Nacional da Peneda-Gerês (2)

Instantes no Parque Nacional da Peneda-Gerês (1)

domingo, 19 de julho de 2009

Garrano: origem e evolução

Vulgarmente descrito como um “cavalo pequeno mas robusto”, o garrano é um animal autóctone peninsular, e constitui com os seus 25 mil anos de idade uma das raças mais antigas do mundo (Batista, 1993). De facto, o garrano parece ter sido desde o início do quaternário um cavalo autóctone peninsular (Frazão, 1944).
Parente próximo dos póneis do norte da Europa, o garrano é característico das regiões montanhosas, frias e húmidas, tendo evoluído na sequência do avanço e recuo dos glaciares do Paleolítico médio. Fruto da sua particular aptidão, rusticidade e adaptação às variações do clima pós-glacial (de frio e seco a temperado e húmido), o garrano surge assim como o Reliquat da fauna glacial do Paleolítico, sobrevivendo na Península Ibérica, contrariamente ao que sucedeu com muitas outras espécies, como a rena e o bisonte, que se viram obrigadas a emigrar para regiões do norte da Europa (Andrade, 1938; Cannas da Silva, 1973).
De extremidades curtas, pouco corpulentos, membros robustos, pescoço grosso, perfil da cabeça recto ou côncavo, crinas fartas e apresentando muito frequentemente pelagem invernal, constituem uma imagem quase fiel do garrano actual, encontra-se representado em numerosas pinturas rupestres do norte da Península Ibérica, como por exemplo, La Pasiega e Altamira, datadas de 20000 a.c..
Bernardo Lima (1913) distingue duas castas ou raças para o tipo Céltico: a Castelhana e a Galiziana, sendo esta constituída na sua totalidade por cavalos garranos de rija têmpera, rufões por índole. Como animal de elevada rusticidade o garrano surge assim, quer pela sua conformação física, quer pelos seus hábitos comportamentais, como um animal perfeitamente integrado e bem adaptado ao seu meio ecológico, chegando a adquirir até aos anos 60, do século XX, um grande interesse comercial e utilitário. Com a progressiva mecanização de agricultura foram-se perdendo as suas tradicionais funções.
Animal de elevada riqueza pecuária, é ainda considerado como o “rebelde primitivo do norte” (Catanho, 1989).

Cavalo garrano: candidato a património nacional

O garrano é, juntamente com o cavalo Lusitano e do Sorraia, uma das três raças cavalares autóctones portuguesas. Animal de pequeno porte (cerca de 1,30 m ao garrote), parece ter sido desde o início do quaternário uma forma equina peninsular.
Com o seu solar étnico localizado no norte do país, em particular nas regiões montanhosas do Minho e limítrofes de Trás-os-Montes e Galiza, o garrano distribui-se actualmente por toda a região a norte do rio Douro, encontrando-se essencialmente nas zonas mais acidentadas. Fruto da sua particular aptidão como animal tipicamente de montanha, da elevada rusticidade e de uma perfeita adaptação ao meio ambiente, o garrano foi durante muito tempo utilizado para fins agrícolas e/ou de transporte.
Hoje em dia o Garrano é uma raça protegida devido ao risco de extinção, encontrando-se por isso muito poucos no meio selvagem.
Segundo o presidente do IPVC, Nuno Vieira e Brito, em declarações à "Voz do Campo", "a Candidatura a Património Nacional irá contribuir para a manutenção de um recurso biológico insubstituível integrando, num conceito holístico, perspectivas produtivas, genéticas, ambientais, sociais e culturais, evitando a tendência regressiva de uma raça autóctone e reforçando o orgulho e a identidade de um povo”.

domingo, 14 de junho de 2009

sábado, 13 de junho de 2009

Em reflexão?!....

Coruja das Torres

Bufo-Real

Geoformas em pleno Parque Natural da Serra da Estrela











A importância da avaliação em Educação Ambiental

É indiscutível a necessidade de instrumentos de avaliação do programa EE. São eles que permitem melhorar a qualidade, a relevância do que se faz e a relação custo-benefício das acções de EA (Batista, 1998).
Raposo (1997), na sequência do seu trabalho de coordenação no Instituto de Promoção Ambiental, detectou as seguintes fragilidades na implementação da EA:
· Actividades dispersas no tempo e no espaço, associadas, quase exclusivamente, a datas comemorativas;
· Definição de objectivos demasiado ambiciosos e/ou inadequados aos destinatários;
· Escolha de temáticas frequentemente submetida a interesses momentâneos e uma deficiente avaliação dos recursos disponíveis.

Como tal, a avaliação deve ser encarada como o complemento de qualquer inovação na promoção das actividades em EA (Giordan e Souchon, 1997). Ela permite ter o retorno mais completo sobre a prática. No entanto, nem sempre é simples avaliar o impacto real de uma acção educativa: as consequências podem ser de longo prazo ou podem incidir sobre comportamentos pouco discerníveis. De qualquer forma, após uma determinada acção os alunos devem estar de certa maneira diferentes. Se não encontramos neles nenhum indício de diferença, o menos que se pode dizer é que o projecto em causa falhou. Em diversos trabalhos publicados, apresentados ou informados na área da EA, percebemos uma tendência em considerar somente os bons resultados, frutos de uma trajectória que parece ter sido traçada linearmente, como se os obstáculos e as dificuldades sentidas no caminhar pudessem cegar o mérito da proposta. Isso tem aumentado o grau de dificuldade no fortalecimento da EA, que aparece como se fosse um campo fácil de ser estudado ou viabilizado (Sato, 2008).

Para Alves (1998) existe, habitualmente, uma certa confusão sobre as formas de avaliação, principalmente quando as actividades de EA são enquadradas no ensino formal. Por um lado, se a avaliação se fundamenta em relatórios ou inquéritos está a avaliar-se a quantidade e a qualidade do trabalho desenvolvido numa acção, ou a mudança de atitudes após a acção, ou mesmo a intenção de mudança de atitudes após a acção. Para este autor, o ideal, dificilmente atingível, seria poder avaliar se a intenção de mudança de atitudes foi efectivamente concretizada, ou se a atingida foi duradoura.

Raposo (1997) considera que não se deve apenas quantificar saberes adquiridos, mudanças de atitudes ou de comportamentos mas a “verdadeira grandeza” dos projectos, dos seus resultados específicos e da contribuição que ele pode dar, ou já deu, para a resolução do problema que o desencadeou. Para esta autora, acima de tudo, é o momento de tomar decisões, de fazer escolhas reflectidas e responsáveis, de passar das propostas às acções concretas, de estruturar intervenções e novos projectos motivados pela apreciação crítica das acções já realizadas.
Por outro lado, refere Raposo (1997), é importante desenvolver uma «retroacção permanente», ou seja, é necessário criar dinâmicas que permitam reformular e adaptar à realidade os objectivos e/ou os aspectos metodológicos para a sequência de aquisições de conhecimentos e atitudes. Corroborando, para Giordan e Souchon (1997), o retorno recebido através de processos de avaliação pode mesmo evitar a repetição de um dado disfuncionamento. Estes autores consideram que a “qualidade” de uma acção deveria poder ser posta em evidência globalmente e os seus componentes deveriam ser certificados, nomeadamente:
Seria o tema motivante e aglutinador?
- Seriam as actividades adequadas?
- Seria adequada a escolha de documentos, de audiovisuais, de material de investigação?
- Estariam os intervenientes à altura da sua tarefa?
- Teriam sido bem elaboradas a planificação e coordenação?

Mas, para além deste balanço o processo de avaliação deve permitir, ao mesmo tempo, ter como alvo as expectativas, os quadros de referência e os mecanismos de compreensão dos públicos que se deseja tocar. Levantam-se algumas questões de interesse, tais como: o que desejam conhecer; que saberes dominam; como raciocinam sobre o problema considerado e como apropriam o saber. Nesta linha de ideias, Alexandre e Diogo (1990) realçam que a avaliação de um projecto deve ser efectuada em termos de balanço do processo, apreciação do produto e propostas futuras de reformulação.
Neste contexto destacamos a conferência «Environmental Education and Training in Europe», organizada pela Comissão Europeia, em Maio de 1999, onde foi defendido que a EA não deve consistir na transmissão de conhecimentos, mas antes numa auto-aprendizagem (Vilarigues, 1999 in Martinho et al, 2003).
Como tal, a avaliação em EA deve permitir clarificar os objectivos e adaptá-los ao público-alvo das acções, e contribuir para a melhor escolha e análise das estratégias educativas a utilizar em cada projecto/actividade. É, por isso, um meio para promover a qualidade e, como tal, deve ser um processo participativo e formativo, isto é, deve ser concebido de modo a permitir que todos os actores participem nas suas principais etapas, trazendo a todos uma melhor compreensão da acção (Baptista, 1998).
Não obstante a sua importância, a avaliação é muitas vezes considerada como um assunto incómodo para certas pessoas e instituições (Nunes, 2002). Além disso, tal como realça Freitas (1997) não há em Portugal uma cultura de avaliação. Segundo INAMB (2000), a inexistência de avaliação dos projectos pode estar relacionada com a falta de familiaridade dos intervenientes com as técnicas das ciências sociais e humanas. Também, a troca de experiências, aspecto fundamental em EA, não tem sido plenamente conseguida. Isto pode estar relacionado com o facto de quando os projectos ou experiências são apresentados, raramente são referidos os problemas com que se depararam e como procuraram resolvê-los. A cultura do sucesso na qual vivemos provavelmente inibe a exposição destes aspectos, essenciais para a maturidade da EA.
A avaliação da qualidade constitui um desafio em EA e EDS. A consciência dos limites do nosso conhecimento, a imprevisibilidade e incerteza acerca do futuro, forçam-nos a avaliar o que fazemos hoje em dia. Por sua vez, actualmente, numa cultura da complexidade é necessária uma avaliação que tome em consideração esta complexidade, uma avaliação que vá além do mero conhecimento e que permita reflectir sobre o “valor” das acções.


A avaliação em EA não pode ser um processo neutro que se fique apenas pela análise dos resultados mas deve ser sobretudo um processo ideológico tendo em conta a actual crise ambiental, a crise dos valores e a necessidade de mudança (Mogensen e Mayer, 2005).

sábado, 11 de abril de 2009

Poluição no Rio Almonda

(Nascente do Rio Almonda, Serra Aire, 10/04/2004)

Há vinte anos o rio Almonda era um dos principais contribuintes para a poluição do rio Tejo, mas ainda hoje continua com vários focos de contaminação que prejudicam a qualidade da água.

A origem da poluição provém de descargas ilegais, excesso de nutrientes, de uma mal dimensionada ETAR em Riachos, uso de pesticidas na agricultura, entre outros problemas.

Este rio nasce na Serra de Aire, e no seu percurso de cerca de 30 quilómetros atravessa os municípios de Torres Novas e da Golegã onde desagua na margem direita do Tejo. E, desde logo junto à sua nascente que este rio encontra uma fábrica!!!

Entre outros problemas, esta situação tem efeitos nas espécies e na degradação da Reserva Natural do Paul do Boquilobo.
Para quando uma solução?