A EA deve ser assumida como uma dimensão essencial da educação que diz respeito a uma esfera de interacções que está na base do desenvolvimento pessoal e social: a da relação com o meio em que vivemos. Esta relação é particularmente importante perante o actual quadro de crise ambiental.
Actualmente a escola não se limita a ser olhada como um espaço de oportunidades escolares e sociais. É também pensada como um espaço destinado a construir cidadãos que se interessam pela «cidade política» dentro e fora dos seus muros (Resende, 2007).
O sociólogo alemão Ulrich Beck (in Cartea, 2006) considera as sociedades ocidentais como “sociedades de risco”. Defende que o mundo contemporâneo constitui uma fonte de perigos, os quais têm surgido progressivamente deste o êxito da civilização moderna, com a aplicação da ciência e da tecnologia e com a transformação e controlo do ambiente para o alegado bem das sociedades. Refere ainda que as “novas ameaças” não se comparam às que resultaram da revolução industrial, e entre estas há que destacar a “crise ambiental” e “a possibilidade do apocalipse nuclear”.
Deste modo, as rápidas e profundas transformações nas sociedades dos dias de hoje reclamam uma resposta objectiva e determinada dos diferentes níveis das actividades humanas. Destas diferentes actividades humanas podemos salientar aquelas que ressalvam o ponto de vista político, económico, social e educativo (Galvão, 2007) e nisto a educação ambiental pode e deve desempenhar um papel crucial.
O crescimento da actividade económica implica uma permanente intensificação da acção humana sobre a natureza, ao nível da exploração dos recursos naturais e da ocupação dos espaços, numa lógica totalitária de crescente apropriação da Natureza pelos humanos, potencializada pelo desenvolvimento tecnológico, o qual possibilita uma crescente capacidade para intervir nos ecossistemas de forma a perturbar significativamente os seus equilíbrios. A crescente consciência dos riscos que tal lógica pressupõe, em termos do esgotamento dos recursos e da degradação dos espaços, tem conduzido à consolidação da noção de "desenvolvimento sustentável" através da qual se procura conceptualizar uma nova visão do crescimento económico e da promoção do bem-estar social. Tal noção procura compatibilizar os processos de exploração dos recursos naturais com a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas de que os próprios humanos fazem parte, não só pela adopção de políticas defensivas auto-limitadoras da capacidade de intervenção humana (protecção da natureza, medidas contra a poluição) mas também pelo desenvolvimento de novas áreas de actividade económica centradas na promoção da qualidade ambiental (mercado do ambiente: indústrias "amigas do ambiente", agricultura "biológica", turismo "ecológico" etc.).
A afirmação da ideia de sustentabilidade como elemento estruturante de um modelo alternativo pressupõe a proposição e consolidação de novos valores ecológicos, fundamento de uma cultura centrada no respeito pelo território como bem colectivo, na prevalência do consumo público sobre o privado e no combate a atitudes e práticas predatórias sobre os recursos naturais. As transformações que daqui decorrem orientam-se para a promoção de uma estreita e desejável cooperação territorial, ampliando as conquistas sociais e ambientais (Carneiro, 2001).
A sociedade ocidental e, em particular, a sociedade portuguesa, tem vindo a tornar-se um espaço cada vez mais multicultural, desejavelmente cada vez mais intercultural (César & Azeiteiro, 2002 in Courela & César, 2006), sob pena da emergência de graves problemas sociais, como a marginalidade e a delinquência, que abalam as possibilidades de aceitação e partilha entre os grupos sociais.
A escola não se limita a reproduzir a organização social vigente; é na escola que também se educam as gerações vindouras e, por isso mesmo, as vivências e práticas que aí se implementam têm repercussões na própria sociedade (Courela e César, 2006).
A escola pode e deve desempenhar um papel decisivo na promoção dos valores constituintes de uma verdadeira cidadania ambiental. Do ponto de vista da gestão do espaço urbano e dos valores que estão subjacentes à tomada de decisões dos promotores públicos e privados, a escola deve ser utilizada como um elemento de referência para o desenvolvimento de novas formas de urbanização que promovam a miscigenação social e cultural. Desta forma, a escola poderá assumir uma nova centralidade num espaço urbano redimensionado em função de novos valores que não privilegiem o transporte individual e a constituição de guetos (bairros sociais, condomínios privados).
Para além da sua centralidade simbólica e espacial, a escola poderá também constituir-se como uma referência ecológica e ambiental, pela qualidade do espaço escolar em si mesmo.
Se a escola for entendida como um elemento estratégico na construção de uma nova cultura de relação com a natureza, então os elementos fundamentais dessa cultura deverão estar presentes no espaço escolar, não apenas em termos da concepção estética desse espaço, mas também no que se refere à sua gestão quotidiana (Carneiro, 2001).
Adquirir uma visão criativa e activa perante a vida pressupõe novas formas de compreender e abordar a realidade, o que implica mudanças significativas quer na forma de pensar o mundo, quer na forma de actuar sobre ele. Estas mudanças tanto afectam as relações entre cidadãos, como as relações entre sociedade e natureza. Neste processo “construtor de um novo futuro”, entre outros elementos, há um que desempenha um papel importante: a Educação, em particular a Educação Ambiental.
Actualmente a escola não se limita a ser olhada como um espaço de oportunidades escolares e sociais. É também pensada como um espaço destinado a construir cidadãos que se interessam pela «cidade política» dentro e fora dos seus muros (Resende, 2007).
O sociólogo alemão Ulrich Beck (in Cartea, 2006) considera as sociedades ocidentais como “sociedades de risco”. Defende que o mundo contemporâneo constitui uma fonte de perigos, os quais têm surgido progressivamente deste o êxito da civilização moderna, com a aplicação da ciência e da tecnologia e com a transformação e controlo do ambiente para o alegado bem das sociedades. Refere ainda que as “novas ameaças” não se comparam às que resultaram da revolução industrial, e entre estas há que destacar a “crise ambiental” e “a possibilidade do apocalipse nuclear”.
Deste modo, as rápidas e profundas transformações nas sociedades dos dias de hoje reclamam uma resposta objectiva e determinada dos diferentes níveis das actividades humanas. Destas diferentes actividades humanas podemos salientar aquelas que ressalvam o ponto de vista político, económico, social e educativo (Galvão, 2007) e nisto a educação ambiental pode e deve desempenhar um papel crucial.
O crescimento da actividade económica implica uma permanente intensificação da acção humana sobre a natureza, ao nível da exploração dos recursos naturais e da ocupação dos espaços, numa lógica totalitária de crescente apropriação da Natureza pelos humanos, potencializada pelo desenvolvimento tecnológico, o qual possibilita uma crescente capacidade para intervir nos ecossistemas de forma a perturbar significativamente os seus equilíbrios. A crescente consciência dos riscos que tal lógica pressupõe, em termos do esgotamento dos recursos e da degradação dos espaços, tem conduzido à consolidação da noção de "desenvolvimento sustentável" através da qual se procura conceptualizar uma nova visão do crescimento económico e da promoção do bem-estar social. Tal noção procura compatibilizar os processos de exploração dos recursos naturais com a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas de que os próprios humanos fazem parte, não só pela adopção de políticas defensivas auto-limitadoras da capacidade de intervenção humana (protecção da natureza, medidas contra a poluição) mas também pelo desenvolvimento de novas áreas de actividade económica centradas na promoção da qualidade ambiental (mercado do ambiente: indústrias "amigas do ambiente", agricultura "biológica", turismo "ecológico" etc.).
A afirmação da ideia de sustentabilidade como elemento estruturante de um modelo alternativo pressupõe a proposição e consolidação de novos valores ecológicos, fundamento de uma cultura centrada no respeito pelo território como bem colectivo, na prevalência do consumo público sobre o privado e no combate a atitudes e práticas predatórias sobre os recursos naturais. As transformações que daqui decorrem orientam-se para a promoção de uma estreita e desejável cooperação territorial, ampliando as conquistas sociais e ambientais (Carneiro, 2001).
A sociedade ocidental e, em particular, a sociedade portuguesa, tem vindo a tornar-se um espaço cada vez mais multicultural, desejavelmente cada vez mais intercultural (César & Azeiteiro, 2002 in Courela & César, 2006), sob pena da emergência de graves problemas sociais, como a marginalidade e a delinquência, que abalam as possibilidades de aceitação e partilha entre os grupos sociais.
A escola não se limita a reproduzir a organização social vigente; é na escola que também se educam as gerações vindouras e, por isso mesmo, as vivências e práticas que aí se implementam têm repercussões na própria sociedade (Courela e César, 2006).
A escola pode e deve desempenhar um papel decisivo na promoção dos valores constituintes de uma verdadeira cidadania ambiental. Do ponto de vista da gestão do espaço urbano e dos valores que estão subjacentes à tomada de decisões dos promotores públicos e privados, a escola deve ser utilizada como um elemento de referência para o desenvolvimento de novas formas de urbanização que promovam a miscigenação social e cultural. Desta forma, a escola poderá assumir uma nova centralidade num espaço urbano redimensionado em função de novos valores que não privilegiem o transporte individual e a constituição de guetos (bairros sociais, condomínios privados).
Para além da sua centralidade simbólica e espacial, a escola poderá também constituir-se como uma referência ecológica e ambiental, pela qualidade do espaço escolar em si mesmo.
Se a escola for entendida como um elemento estratégico na construção de uma nova cultura de relação com a natureza, então os elementos fundamentais dessa cultura deverão estar presentes no espaço escolar, não apenas em termos da concepção estética desse espaço, mas também no que se refere à sua gestão quotidiana (Carneiro, 2001).
Adquirir uma visão criativa e activa perante a vida pressupõe novas formas de compreender e abordar a realidade, o que implica mudanças significativas quer na forma de pensar o mundo, quer na forma de actuar sobre ele. Estas mudanças tanto afectam as relações entre cidadãos, como as relações entre sociedade e natureza. Neste processo “construtor de um novo futuro”, entre outros elementos, há um que desempenha um papel importante: a Educação, em particular a Educação Ambiental.
1 comentário:
O TEXTO É EXCELENTE, MAS GOSTARIA DE RECEBER MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O ASSUNTO POIS ESTOU DESENVOLVENDO UM MONOGRAFIA PARA A PÓS COM O TEMA ACRESCIDO NO FINAL A PALAVRA "SOCAIL". MEU E-MAIL fernando.pereiraalves@yahoo.com.br. tambem gostaria de saber como publicar duas monografias e um artigo que tenho prontos, mas somente as monografias foram apresentadas, em uma tirei 94pts em outra 97pts.espero poder dá a minha contribuição para o cabedal de informações que vcs lançam na rede.......... muito obrigado.
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