A Bacia do Mediterrâneo é considerada um hotspot de biodiversidade.
(fonte: http://www.biodiversityhotspots.org/xp/Hotspots/mediterranean/)
As características tão peculiares desta região terão sido em resultado de:
- Complexa história geológica;
- Geografia física;
- História da ocupação do homem;
- Um clima mediterrânico (Verões quentes e secos, Invernos frios);
- De uma sazonalidade na disponibilidade de água e elevada variação interanual da pluviosidade;
- Da fisionomia da vegetação e das adaptações ecológicas das plantas.
Este hotspot de biodiversidade tem uma extensão original de 2085292 km2. Possui uma longa história ligada à conservação. É curioso verificar que os Romanos e os Gregos tiveram a preocupação e iniciativa em criar áreas destinadas para a protecção dos recursos naturais da região. Todavia, actualmente apenas cerca de 90 km2 (4,3% de toda a área) estão ao abrigo de um estatuto de protecção e, apenas 1,4 % estão sujeitos a altos níveis de protecção, de acordo com as categorias da IUCN.
Na região do Mediterrâneo existe um elevado número de espécies, animais e vegetais, muitas delas endémicas.
Pensa-se que a bacia do Mediterrâneo, funcionou como uma zona de refúgio para muitas espécies em épocas de glaciações. Á escala da diversidade paisagística e de tipos de habitat, a presença do Homem no Mediterrâneo, desde há milhares de anos, através de acções como o fogo e o pastoreio (e actividades agrícolas complementares) favoreceu a heterogeneidade e diversidade da paisagem. Assim, no Mediterrâneo existem espécies adaptadas a perturbações como o fogo e o pastoreio.
Aqui ocorreram as primeiras experiências com sucesso de domesticação de mamíferos. Esta área é excepcionalmente rica em genótipos de gado seleccionados pelo Homem ao longo de muitas gerações, a partir de pontos de origem na Europa Oriental e na Ásia Ocidental. A diversidade de animais domésticos no Mediterrâneo reflecte a diversidade de ambientes onde o Homem procedeu à sua selecção. Uma vez adquirida nestas regiões a prática de domesticação, os animais domesticados espalharam-se por todo o mundo, num muito curto espaço de tempo. Quanto às actividades agrícolas é actualmente reconhecido o valor de conservação de diversos sistemas, nomeadamente os de tipo mais extensivo. Por exemplo os montados na Península Ibérica são um bom exemplo. Neste contexto, é de realçar que o sobreiro é considerado a espécie mais importante da floresta portuguesa, não só por Portugal deter mais de um terço de toda a superfície ocupada pelo sobreiro no Mundo, mas também pelo facto do nosso país ser responsável pela produção de mais de metade da cortiça a nível mundial.
(fonte: http://www.cm-evora.pt/arqueologia/)
O montado de sobro é um sistema de uso múltiplo agro-florestal típico das regiões mediterrânicas-continentais, criado pela intervenção do Homem e com uma tendência cultural extensiva. São ecossistemas artificiais, no sentido de que as suas características são o resultado de intervenção humana continuada, frágil e lenta renovação, cuja característica dominante é a presença de sobreiros em povoamentos abertos e irregulares e com um sub-coberto constituído por matos, cultura agrícola ou pastagem.
No entanto, e apesar de se considerarem artificiais são dotados de uma grande importância sócio-económica e biológica, e de que depende a sobrevivência de muitas espécies ameaçadas, entre as quais são de destacar a Águia Bonelli e o Lince Ibérico.
Estes sistemas, com elevado valor de conservação, estão associados a uma importante indústria nacional, a produção de cortiça. Ao gerar rendimento, a indústria da cortiça tem favorecido a manutenção de importantes habitat para a conservação das espécies.
Bibliografia:
http://www.naturlink.pt
http://www.biodiversityhotspots.org
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