Peritos de mais de uma centena de países integrados no Painel Intergovernamental da Mudança Climática (Giec) aprovaram hoje um relatório sobre a vulnerabilidade e o impacto que este processo terá no ambiente e na sociedade.
É a segunda reunião do painel intergovernamental, após o encontro em Paris de Fevereiro passado.
O IPCC é um organismo criado em 1988 pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) com a missão de reunir e analisar informação sobre o contributo da acção humana no agravamento das alterações climáticas.
O documento analisa as consequências para o ambiente, a agricultura, as florestas, a pesca, a saúde das pessoas e dos animais e avalia a capacidade do Homem de se prevenir contra desastres naturais.
Segundo uma notícia do jornal Público, de 2/4/07, o relatório prevê impactes desiguais do sobre-aquecimento: as nações tropicais de África ao Pacífico, maioritariamente pobres, deverão suportar o peso das mudanças, com a subida do nível médio do mar, por exemplo. O esboço do relatório prevê vagas de calor, secas e inundações que podem causar a fome a milhões de pessoas, especialmente na Ásia e África, e falta de água que podem atingir 3,2 mil milhões de pessoas.
O relatório refere ainda que um quarto das espécies de fauna e flora do mundo estarão ameaçadas de extinção durante este século caso a temperatura média do planeta aumente dois ou três graus em relação a 1990, advertem especialistas.
O relatório do IPCC, que reúne 2500 cientistas, publicado em Fevereiro prevê um aumento do nível do mar de
Até a Rússia, que poderia viver melhor com mais dois graus, pode dar-se mal com as alterações do clima. O aumento das temperaturas pode reduzir a espessura do permafrost (solo permanentemente gelado), sobre o qual estão construídas muitas estradas e cidades – do Canadá à Sibéria – e trazer epidemias do Sul para o Norte. No ano passado, o relatório Stern concluiu que não pode haver vencedores.
“É algo muito perigoso dizer que as alterações climáticas vão trazer benefícios”, comentou Anders Portin, vice-presidente da Federação da Indústria Florestal finlandesa. Os produtores de pasta de papel receiam o aumento das pragas de insectos, normalmente mortos pelas temperaturas baixas do Inverno.
O 4º Relatório do IPCC é elaborado por três grupos de especialistas.
- O primeiro grupo publicou a sua contribuição em Fevereiro;
- o segundo ("Impacts, Adaptation and Vulnerability") foi agora divulgado;
- o terceiro (dedicado à Mitigação) está previsto para 4 de Maio.
- Em Novembro será apresentado o relatório síntese, em Valência, Espanha, na 27ª sessão do IPCC.
Bibliografia:
www.publico.pt
http://www.ipcc.ch
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