Lugar sagrado onde no primeiro milénio antes de Cristo se celebrava o culto de Baal-Melkart, esta ilha de Saturno, assim lhe chamavam os historiadores da antiguidade, encerra dentro de si pequenas estórias que contribuem para a história de um povo, que se confundem com o imaginário. Dos romanos restam cepos de âncoras perdidas nos fundos do mar e outros vestígios; dos vikings, as histórias dos seus ataques a embarcações comerciais. Vieram os piratas ingleses, vieram os mouros, e novamente os ingleses. E, nos Descobrimentos, foi no mar das Berlengas que capturaram a nau de Garcia Dias, vinda da Índia.
No ano de 1513, os monges da Ordem de S. Jerónimo fundaram na ilha o Mosteiro da Misericórdia, que lhes serviu de retiro durante 35 anos. Durante esse período, a tranquilidade e isolamento procurados pelos monges foram muitas vezes violentamente interrompidos pelos ataques dos corsários, que saqueavam o convento e capturavam os monges para com eles abastecerem o mercado de escravos do Norte de Africa. Assim, apenas 35 anos após a sua chegada, Dona Catarina ordenou a transferência dos monges para o continente. Deste convento chegaram aos dias de hoje apenas leves vestígios.
Depois do abandono, o mosteiro da Berlenga caiu em ruínas, dele restando apenas alguns muros e pedras soltas. No seu lugar, perto do cais, foi construído o actual Restaurante Mar e Sol.
Sendo a ilha, pela sua localização, um excelente posto de defesa do território Português, foi mandado erguer pelo rei D. João IV de Portugal, a Fortaleza S. João Baptista, que viria a ser palco de batalhas, das quais se celebrizou o ataque do castelhano Diogo Ibarra. Atacado e bombardeado durante dois dias, acabou o forte por ser tomado pelos Castelhanos. A guarnição Portuguesa, que resistiu mais do que humanamente parecia possível, era comandada pelo Cabo Avelar Pessoa. Estava-se no ano de 1666.
Ao longo de quase dois séculos este forte esteve envolvido em diversas estratégias militares com destaque para as guerras com Castela, as invasões francesas e as disputas entre Miguelistas e Liberai, até que em 1847 acabou por ser abandonado, tendo sido recuperado para servir como pousada em 1962. Actualmente serve de abrigo aos visitantes que aí desejem pernoitar.
Para além do forte destaca-se na ilha o seu farol construído em 1841 na parte mais alta da ilha, com
Património natural e cultural, uma fantástica paisagem, paz e alguma aventura fazem da visita a este rochedo, de granito rosado-avermelhado, uma viagem obrigatória.
Bibliografia:
www.icn.pt
www.naturlink.pt
3 comentários:
Para variar, uma excelente reportagem fotográfica e textual das Berlengas. Um excelente aperitivo que nos deixa de "água na boca" para visitar este tesouro do território português.
Muitos Parabéns!
A.
De facto magnífico...
Fica a faltar a "outra parte" das Berlengas: o seu património subaquático. Para além da variedade de espécies marinhas que aí se podem encontrar (com a presença de muitos pelágicos menos frequentes na costa), há também o património arqueológicos: as águas das Berlengas albergam vários naufrágios que se transformaram em recifes artificiais riquíssimos.
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