sábado, 10 de fevereiro de 2007

Arca de Noé...


Todos os dias somos inundados com notícias que relatam a perda de biodiversidade. Muito provavelmente poucos saberão o que realmente está a desaparecer, pois, pelo contrário, nos últimos tempos muitas espécies têm sido descobertas.

Mas já ninguém tem dúvidas sobre as alterações que o planeta está a sofrer. Quais as consequências, ninguém sabe ao certo. Existem muitas projecções, mas o futuro é incerto.

Este é o tempo de reequacionarmos a nossa forma de viver na Terra. Previsão e Precaução assumem-se como os factores chave para uma efectiva sustentabilidade. É também altura de pensarmos nos actuais valores da biodiversidade e geodiversidade, e na forma como a nossa espécie os tem usado.

Neste contexto, foi publicada uma notícia no Diário de Notícias de 10/02/2007, intitulado “Vem aí a Arca de Noé para as plantas agrícolas”. Atendendo ao actual momento de rápidas e até por vezes drásticas mudanças, a notícia apresenta-nos um projecto que pretende salvaguardar um certo património biológico. Esta acção tem provavelmente por base a precaução acima referida (ao longo da história muitas espécies se extinguiram sem que o Homem guarde alguma memória genética dela). Ao mesmo tempo, espelha uma certa preocupação de prevenir. Quem sabe o que o futuro nos reserva…

Apresento de seguida um excerto dessa notícia:

«O objectivo é preservar a biodiversidade agrícola para o futuro, por isso já lhe chamaram o "cofre-forte do juízo final". Um dramatismo que o nome oficial, Svalbard International Seed Vault, não tem.

"Cofre-forte do juízo final", ou "Arca de Noé das plantas", a ideia é construir um bunker em cimento armado, no interior de uma montanha numa ilha do arquipélago norueguês de Svalbard no círculo polar Árctico, numa região hostil e gelada. Aí se guardará tudo o que existe hoje de memória de dez mil anos de agricultura.

O projecto é promovido por uma organização internacional que se dedica à preservação genética de plantas agrícolas, a Global Crop Diversity Trust, e a construção, que custará mais de três milhões de euros e ficará a cargo do governo norueguês, inicia-se já em Março, foi ontem anunciado.

Prevê-se que a obra, que implica a perfuração de uma montanha gelada no Árctico até 120 metros de profundidade, e a mil quilómetros de distância do território continental da Noruega, ficará concluída ainda em Setembro deste ano.

Apoiado pela FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a "Arca de Noé das plantas" que vai nascer em Svalbard não é um banco de sementes como os outros. Actualmente, há pouco mais de mil bancos deste tipo no mundo. São arquivos regionais uns, mais locais ou mais completos outros, mas nenhum como o que aí vem. O de Svalbard pretende ser uma memória universal e contará com uma amostra de cada variedade e de cada espécie agrícola que existe actualmente no mundo.

"Queremos preservar a biodiversidade agrícola para o futuro", sublinhou Fowler, lembrando que muitas "espécies já se perderam para sempre, como sucedeu aos dinossauros"»

in www.dn.pt (10/02/07)



Inovador, com toda a certeza, mas não estará o Homem a fazer de Deus, ou seja, não estaremos a querer alterar a evolução natural?

Todavia, se o ambiente da Terra vai mudar, será que as espécies actuais conseguem viver com um clima diferente?

Sem comentários: