quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Uma oportunidade ...

Existe um amplo consenso científico e político de que entrámos num período de alterações climáticas sem precedentes, causadas grandemente pelas emissões de gases com efeito de estufa, provenientes das actividades humanas, e que as alterações climáticas são uma das ameaças ambientais mais significativas que o mundo moderno enfrenta, estando algumas comunidades e ecossistemas particularmente vulneráveis.

As temperaturas globais continuarão a aumentar durante a primeira metade do Século XXI devido aos gases com efeito de estufa já existentes na atmosfera, sendo que as emissões de hoje e as dos anos vindouros contribuirão para o grau de alterações climáticas na segunda metade do Século. É vital que se apliquem agora medidas de mitigação contra as alterações climáticas a longo prazo. O aquecimento superior a 2ºC aumentará o risco de roturas ecológicas substanciais e desastres sociais para níveis elevados inaceitáveis. Mesmo nesta fase inicial, irão ocorrer perdas de biodiversidade e de recursos biológicos sequestradores de carbono.

São necessários cortes substanciais nas emissões dos gases com efeito de estufa. O Protocolo de Quioto é um primeiro passo importante para tornar a questão das alterações climáticas como um assunto ambiental de extrema importância, bem como para a necessidade da redução de emissões, mas serão essenciais medidas adicionais para efectivamente estabilizar o clima.

A confirmarem-se algumas das projecções a biodiversidade será ameaçada por alterações climáticas rápidas. A composição e a distribuição geográficas dos ecossistemas irão alterar-se. As espécies que não conseguirem adaptar-se de forma suficientemente rápida podem extinguir-se. Projecta-se que, nestas condições, 15 a 37% de todas as espécies possam vir a ser extintas, em 2050.

Mas a biodiversidade não pára de nos surpreender.

Segundo uma noticia do jornal Público, de 26/02/07, “o navio oceanográfico alemão "Polarstern" acaba de descobrir mil espécies nas águas da Antártida. Algumas poderão mesmo ser novas para a ciência”. Durante dez semanas, os cientistas exploraram um dos ecossistemas marinhos mais virgens ao ser humano. Anémonas, ouriços-do-mar, camarões, polvos e corais são habitantes que agora se deram a conhecer.

Existe aqui uma janela de oportunidade para a ciência. Ou seja, pretende-se ir para lá da listagem de novas criaturas nos compêndios de biologia. A preocupação deste censo é conhecer as espécies da Antártida para saber até que ponto são vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas, sentidos a um ritmo mais acelerado nas regiões polares do que em qualquer outro local do planeta.

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