A perspectiva antropocêntrica dos últimos anos encerra uma visão instrumental da natureza. Mas deve a ciência assumir-se como um instrumento privilegiado para a superação dos problemas associados à crise social e global do ambiental?
Ou podemos continuar a usar a ciência em prol de uma busca incessante de recursos, colocando em causa a bio e geodiversidade do planeta, e no limite a própria sobreviência humana. Neste contexto parece-me interessante destacar uma notícia recente.
A maioria dos jornais de sábado, dia 3 de Fevereiro de 2007, destacavam o investimento para procura de petróleo junto à costa alentejana.
O Diário de Notícias refere que «O consórcio liderado pela australiana Hardman Resources e participado pela Partex e pela Galp, que assinaram quinta-feira três contratos com o Estado português para pesquisa e exploração de hidrocarbonetos em águas profundas ao largo da Costa Vicentina, irá investir mais de 300 milhões de euros na fase inicial, de oito anos, caso os estudos feitos nos primeiros quatro indiciem que vale a pena avançar para as perfurações...»
Valerá a pena avançar com as perfurações?
Será uma solução sustentável e duradoura?
Ou ainda "Seremos capazes de administrar correctamente o poder da técnica e da ciência? ..." (Viriato Soromenho Marques, Metamorfoses. Europa América)
Enfim, parece que não aprendemos muito com certas lições do passado recente.
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