Em Setembro de 2000, os dirigentes mundiais reunidos na Cimeira do Milénio reafirmaram as suas obrigações comuns para com todas as pessoas do mundo, especialmente as mais vulneráveis e, em particular, as crianças do mundo a quem pertence o futuro. Comprometeram-se então a atingir um conjunto de objectivos específicos, os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, que irão guiar os seus esforços colectivos nos próximos anos no que diz respeito ao combate à pobreza e ao desenvolvimento sustentável.
De uma forma geral, os 8 objectivos são:
- Reduzir para metade a pobreza extrema e a fome
- Alcançar o ensino primário universal
- Promover a igualdade entre os sexos
- Reduzir em dois terços a mortalidade infantil
- Reduzir em três quartos a taxa de mortalidade materna
- Combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças graves
- Garantir a sustentabilidade ambiental
- Criar uma parceria mundial para o desenvolvimento
Para o cumprimento destes objectivos a biodiversidade tem de ser encarada como um gigantesco recurso global. Veja-se o caso dos ecossistemas. Os seus serviços incluem produtos como alimento, combustível, e fibra; serviços de regulação como regulação do clima e controle de doenças; e benefícios não materiais como benefícios espirituais ou estéticos. Mudanças nestes serviços afectam o bem-estar humano de várias formas.
De facto, a biodiversidade é a chave para o cumprimento da maioria dos objectivos do milénio. Por exemplo em matéria de saúde (objectivos 4, 5 e 6), e segundo a organização mundial de saúde cerca de 80% da população de África recorre a cuidados de medicina tradicional, sendo que a maioria das plantas usadas são endémicas. Por sua vez, a saúde também está intimamente relacionada com a produção de alimentos e com a distribuição de insectos transmissores de doenças e de substâncias irritantes e de organismos patogénicos na água e no ar. E neste caso, as alterações climáticas têm impactos significativos, afectando assim o cumprimento de vários dos objectivos do milénio.
São várias as consequências das alterações climáticas sobre a biodiversidade, entre as quais destaco:
- alterações na distribuição (sendo preocupante o caso de certas espécies de insectos vectores de doenças);
- aumento das taxas de extinção;
- alteração do ciclo de vida/processos reprodutivos;
- alterações nos padrões sazonais de crescimento e desenvolvimento das plantas.
Combater as alterações climáticas e conservar a biodiversidade são passos fundamentais para um desenvolvimento sustentável e, por consequência, para o cumprimento dos objectivos do milénio.
1 comentário:
Um blog para ler e seguir com muita atenção
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