domingo, 18 de março de 2007

"Ecosystem Approach ..."

Segundo o “Millenium Ecosystem Assessment (2005)” 15 dos 24 serviços dos ecossistemas avaliados estão em declínio, incluindo:

  • fornecimento de água potável;
  • produção de reservas de pesca nos mares;
  • número e qualidade dos locais com valor espiritual e religioso;
  • capacidade de auto-despoluição da atmosfera;
  • auto-regulação dos desastres naturais;
  • capacidade dos ecossistemas agrícolas assegurarem o controlo de pestes.


É preocupante constatar que:

  • A partir de 1945, mais terras foram convertidas para a agricultura que nos séculos XVIII e XIX juntos.
  • As alterações ao uso do solo, e em menor grau a sobreexploração, a poluição a as espécies invasoras, são as principais causas de perda de biodiversidade actualmente.
  • A taxa de extinção de espécies aumentou 50 a 1.000 vezes em comparação às taxas do registo fóssil.

  • Cerca de 60% dos serviços dos ecossistemas examinados estão a ser degradados, incluindo recursos pesqueiros, regulação do ciclo hídrico, protecção do solo e capacidade depuradora.
  • O valor económico total associado a uma gestão mais sustentável dos ecossistemas é geralmente maior que o valor associado à sua conversão para uso intensivo.

Mas então o que fazer? Qual a melhor estratégia?

De acordo com a Convenção da Diversidade Biológica (CDB), deve-se optar pelo “Ecosystem Approach” que corresponde a uma estratégia para gestão integrada do território, da água e dos organismos vivos que promove a conservação e a utilização sustentável de um modo equitativo.

Esta abordagem permite cumprir os objectivos da CDB. Baseia-se na aplicação de metodologias científicas focadas nos níveis de organização biológica que compreende processos, funções e interacções entre os organismos e o seu ambiente.

Um factor muito importante: reconhece que as pessoas, com a sua diversidade cultural, são uma componente integral dos ecossistemas.

O “Ecossystem Approach” foi reconhecido em Joanesburgo (World Summit on Sustainable Development , 2002) como um importante instrumento para alcançar um desenvolvimento sustentável e o alívio da pobreza (CBD Decision VII-11). As pessoas e a biodiversidade dependem de ecossistemas saudáveis; estes têm que ser avaliados de modo integrado, acima de barreiras artificiais.


A abordagem aos ecossistemas deve ser participativa e requer perspectivas de longo prazo, baseadas em estudos de biodiversidade.

Considero então que é fundamental:

1. Redução da taxa de perda de biodiversidade, incluindo: (i) biomas, habitats e ecosistemas; (ii) espécies e populações; e (iii) diversidade genética;

2. Promoção do uso sustentável da biodiversidade;

3. Tratar as principais ameaças à biodiversidade, incluindo as que resultam de espécies invasoras, alterações climáticas, poluição e alterações de habitats;

4. Manutenção da integridade dos ecossistemas e fornecimento de bens e serviços assegurados pela biodiversidade dos ecossistemas, como apoio ao bem estar humano;

5. Protecção do conhecimento tradicional, inovações e práticas;

6. Assegurar uma justa e equitativa partilha de benefícios resultantes do uso de recursos genéticos; e

7. Mobilização de recursos técnicos e financeiros, especialmente em países em desenvolvimento, em particular em países mais desfavorecidos e pequenas ilhas, e países com economias de transição.

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