domingo, 25 de março de 2007

Desflorestação e agricultura

A conversão de zonas florestais e não cultivadas para fins agrícolas pode gerar alguns benefícios, resultantes da produção de alimentos nesses locais. Mas considero que as vantagens que daqui poderão resultar são limitadas e a resultam apenas a curto prazo.

A destruição das florestas tem-se tornado um assunto de particular preocupação devido à potencial perda de várias espécies de plantas e animais, que habitam as florestas tropicais de todo o mundo. No caso das florestas tropicais e, embora estas cubram apenas cerca de 7% da Terra, contêm, pelo menos, metade das espécies de animais e plantas, muitas das quais ainda nem sequer foram identificadas. Assim, a conversão de zonas florestais e não cultivadas para fins agrícolas tem uma consequência directa na redução da biodiversidade. De igual forma, os serviços de suporte e de regulação dos ecossistemas são alterados. Destaco o papel na formação do solo, na regulação do clima e da água, uma vez que se verifica uma intervenção directa no ciclo hidrológico.

A destruição de florestas modifica a superfície terrestre, e assim afecta o clima ao alterar as quantidades de energia solar que são absorvidas e reflectidas.

Relativamente à relação entre florestas e alterações climáticas pode ser analisada por várias perspectivas: se por um lado as florestas são uma solução do problema, pois são importantes sumidouros de CO2, por outro lado, podem contribuir para o problema, uma vez que a desflorestação implica a emissão de gases de efeito de estufa.

Para além das consequências referidas, a conversão de áreas para fins agrícolas pode conduzir ao empobrecimento do solo, e no limite à desertificação. No caso da prática de uma agricultura intensiva, a utilização de pesticidas e de fertilizantes terá consequências graves para os solos.

Em suma, as consequências são inúmeras, e manifestam-se a uma escala regional e global, pelo que a conversão de zonas florestais para fins agrícolas tem de ser muito bem ponderada, aliada a medidas de uso sustentável do solo, como a prática de uma agricultura biológica.

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