(PNPG, Prado Amarelo. Foto JG)
Criado em 1971, o Parque Nacional da Peneda-Gerês localiza-se no Alto Noroeste de Portugal, com uma área que se alonga em ferradura por cerca de
O nosso único Parque Nacional localiza-se na zona de fronteira das regiões biogeográficas eurosiberiana e mediterrânica. Este facto determina que espécies da flora mediterrânica como, por exemplo, o sobreiro (Quercus suber), o medronheiro (Arbutus unedo), o loureiro (Laurus nobilis) e a gilbardeira (Ruscus aculeatus), testemunhos de migrações ocorridas em tempos passados mais quentes do que os actuais, coabitem com espécies eurosiberianas como o carvalho-alvarinho (Quercus robur), teixo (Taxus baccata), padreiro (Acer pseudoplatanus), azevinho (Ilex aquifolium) e aveleira (Corylus avellana).
(PNPG, Mata de Albergaria. Foto JG)
A cobertura vegetal do PNPG encerra espécies de elevado valor florístico, quer pelo seu estatuto de conservação, quer pelo seu estatuto biogeográfico, nomeadamente espécies endémicas, lusitânicas e ibéricas, e espécies raras ou ameaçadas da nossa flora, como, por exemplo, o feto-do-gerês (Woodwardia radicans), o narciso-trombeta (Narcissus pseudonarcissus subsp. nobilis), o lírio-do-gerês (Iris boissieri) e a arméria (Armeria humilis subsp. humilis). Toda a sua biodiversidade constitui um património natural, biológico e genético de um valor incalculável que deve ser transmitido às gerações vindouras.
(PNPG, Marcos miliários . Foto JG)
Nos últimos anos o peso humano tornou-se excessivo, em particular nos meses de Verão, e a regeneração dos componentes naturais passou a fazer-se mais lentamente. De certa forma são já visíveis alguns efeitos nocivos desta pressão.
Para além da pressão humana, outros factores estão a por em risco o património natural do PNPG, entre os quais são de destacar: o fogo; o sobrepastoreio, praticado pelo gado caprino, o qual compromete a regeneração de algumas espécies de vegetação autóctone; a prática de desportos aquáticos motorizados nas albufeiras abrangidas pelo Parque.
A Mata de Albergaria é sem dúvida um dos tesouros naturais de Portugal.
3 comentários:
De facto, esta Mata, é ambientalmente muito importante no panorama nacional. Como tal dever-se-ia tentar promover um turismo mais sustentado de modo a permitir usufruir de uma das zonas mais belas de Portugal e ao mesmo tempo conservar este espaço de uma forma mais eficiente.
Deve-se também notar que este espaço protegido é como que uma ilha no meio de plantações monoespecíficas de pinheiros ou eucaliptos que preenchem a região centro e norte do nosso país.
É este exemplo de biodiversidade que deveria ser promovido noutras regiões, de modo a evitar o flagelo do nosso Verão: o fogo!
Conheço bem o local que é de facto uma maravilha da natureza e um dos tesouros naturais de Portugal.
Visitei o local, pela primeira vez há 35 anos, percorrendo todo o Gerês. Já voltei várias vezes mas últimamente não gostei da chegada da "civilização" às termas do Gerês. De facto, a promoção de um turismo sustentado é fundamental para perservar e permitir que todos possamos usufruir plenamente dos vários locais paradisíacos que a Serra do Gerês encerra.
Conheço a Mata de Albergaria e outras zonas fantásticas desse extraordinário Gerês.A natureza exalta-se nos diversos quadros naturais que oferece ao visitante.
Todo o empenhamento de todas as pessoas, especialmente das pessoas políticas, deve ser o lema incontornável da salvaguarda daquele pedaço de mundo extraordinário.
José Moreira - Braga
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